sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Bernardo.

Há dias que a dor parece insuportável. É como se o essencial me faltasse. Não há uma palavra pra definir essa dor. Um misto de amor e saudade sem fim tomam conta de mim e deixo transbordar. Uma palavra, uma música, um cheiro, uma comida, um lugar. Quando meus pensamentos me levam até você o nó na garganta é inevitável. Não posso ter seu abraço, seu sorriso, suas brincadeiras. E toda aquela história que eu leio todos os dias de que a morte não é nada pra tentar me consolar desaparece da minha mente. Para os sentimentos não é nada mesmo, mas e para o dia-a-dia? Como não é nada? Meus dias giravam em torno de você. Não vejo nada de romântico na morte. Não na sua. Se eu tivesse direito a um desejo a paz mundial e a fome que me desculpem, mas ele seria te trazer de volta. Você foi levando consigo parte da minha alma e está tão difícil sem você. Continuo aqui e é por você, por nós dois. Não tenho certeza do que irá acontecer quando eu for embora daqui, mas se o mundo é justo e toda aquela história de que quem fez por merecer aqui vai pra um lugar bom depois é verdade, eu vou fazer por merecer enquanto eu estiver aqui e a eternidade será nossa. Vou acreditar com todas as forças e jamais te decepcionarei. Nunca imaginei que seria capaz de amar assim. Foram os melhores anos da minha vida. Cada momento está eternizado e só de ver o seu sorriso valeu a pena existir.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

" Meu coração está aos pulos!

Quantas vezes minha esperança será posta à prova?

Por quantas provas terá ela que passar?

Tudo isso que está aí no ar, malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu dinheiro, que reservo duramente para educar os meninos mais pobres que eu, para cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais, esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais.

Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova? Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?

É certo que tempos difíceis existem para aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz.

Meu coração está no escuro, a luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e dos justos que os precederam: "Não roubarás", "Devolva o lápis do coleguinha",
"Esse apontador não é seu, minha filhinha". Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar.

Até habeas corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar e sobre a qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará.

Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda vou ficar.

Só de sacanagem! Dirão: "Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo o mundo rouba" e eu vou dizer: Não importa, será esse o meu carnaval, vou confiar mais e outra vez.

Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos, vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês.

Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau.

Dirão: "É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal".
Eu direi: Não admito, minha esperança é imortal. Eu repito, ouviram? IMORTAL! Sei que não dá para mudar o começo mas, se a gente quiser, vai dá para mudar o final! "

(Elisa Lucinda)

terça-feira, 11 de maio de 2010

Adoro estar aqui. Refugiada em um lugar que mais ninguém é capaz de me achar. Trancada em meus pensamentos; onde gargalhadas são inesqueciveis e lágrimas compreensíveis. Fisicamente perto, mas tão distante que dificilmente me alcançarão. Quando estou nesse universo que pertence somente a mim dificilmente quero sair; não é com tanta facilidade que deixo o lugar que imagens falam mais que mil palavras, que livros são passagens para longas e deliciosas viagens, que as músicas são feitas para mim e que as cores são tão vivas que abrem qualquer sorriso. Meus livros, minhas músicas, fotografias... várias delas. Aqui é o lugar onde minhas ideias são trabalhadas, onde guardo cada momento que vivi; e posso revivê-los quando quiser. Aqui sou o centro das atenções e não me sinto o mais estranho ser. No meu universo minha dor é a maior do mundo, minha alegria é apenas o que importa. Apenas aqui sou egocêntrica. Pois foi por isso que criei esse lugar; para dar atenção ao meu eu. O criei para mim, apenas. Para depositar aqui meus sonhos, meus momentos, minhas paixões. Entro e saio quando quero; independente do lugar que esteja. Pois meu universo é idealizado e mora em mim. Não há endereço, portas ou janelas. Onde estou ele está. Quando não estou aqui, quando não preciso ser compreendida ou quando em meio a tanto egoismo vejo alguma imagem real e percebo quão insignificante é minha dor ou alegria, finalmente volto para esse mundo. A imagem provavelmente jamais sairá da minha mente; guardo cada uma. Gosto de fazer parte do mundo; é vital entender que vim para ser exatamente quem sou; dar as gargalhadas que dei, derramar as lágrimas que derramei. Quero ser mais. Preciso me sentir viva. Me orgulho do universo que construi, gosto de sonhar nele e com ele. Meu universo completa o mundo que habito e vice-versa. Ambos me completam.

Mariana Araujo (11/05/2010)

domingo, 25 de abril de 2010

Dessa vez escrevo à caneta, pois não tenho pretensão de mudar o que aqui estará escrito.
Eu não quero ser lembrada como a dependente de fulano; eu definitivamente não quero ser lembrada como o ser mais frágil de todos ou como a eterna sonhadora. Digam que sonho demais, que fantasio e que minha vida é utopia, mas acreditem que assim sou feliz. Digam que por vezes não entenderam minhas lágrimas (sejam elas de tristeza ou de alegria), mas reconheçam que eu sei os motivos pelos quais elas caem. Digam que não deveria mas que sou o ser mais passional que conhecem e os responderei que se não o fosse não poderia ao menos me reconhecer. Não, não lembrem de mim como a chata, pois sim, eu quero deixar o mundo como nos meus sonhos e as vezes esqueço que há pessoas que não estariam dispostas a mudar e que simplesmente acham graça. Achem graça. Mas peço: não me julguem se não me entendem. O que alguns chamam de drama eu prefiro chamar de intensidade. Se me der vontade de chorar aproveitarei e chorarei por cada sentimento que encheu meu coração ou que me sufocou; vou lavar a alma e não importa quanto tempo poderá durar, pois sei que irei me refazer. E não vou me espantar se depois que não houver mais sentimentos transbordando eu simplesmente dormir tranquilamente ou uma louca alegria tomar conta de mim. Pois sou assim e garanto que nada disso me faz mal . Então eu digo: sou dependente até precisar não ser - por mais que doa essa fase eu a enfrento. Apesar de sonhar mais que a Bela Adormecida sei quando preciso de doses de realidade e garanto que as tenho. Apesar de ser mais frágil que uma boneca de porcelana a maior parte do tempo, quando preciso sou tão forte quanto uma rocha. Depois volto a sonhar com meu mundo colorido; com toda paciência de um sonhador volto a acreditar na paz, em politicos menos corruptos e em um mundo melhor. Acredito que se todos tivessem esse sonho o universo conspiraria a nosso favor e nosso sonho não seria apenas sonho. Acreditem.

Mariana Araujo (17/04/2010)

terça-feira, 20 de abril de 2010

As poucas decepções sofridas foram como um banho gelado no dia mais frio do ano na Antártida: não só me pegaram de surpresa, mas me congelaram. Não de um dia para o outro, porém o tempo se encarregou. Conforme os dias iam passando sentia como se algo em mim estivesse mudando. Meu humor, talvez. Sim, meu humor mudou, mas foi apenas a consequencia de viver uma vida fria e preta e branca. Deixei de sonhar, deixei de querer viver para as pessoas, para o mundo. Deixei de ser quem sempre fui; deixei de fazer amizades, de ver beleza no que é belo. Poucas coisas passaram a me encantar e permaneci o menos encantador de todos os seres durante muito tempo. Não vou dizer que não fui feliz, e jamais diria, pois eu fui. Apenas não queria ser ainda mais; aquela felicidade me bastava. Mas não estava plena, me faltava algo que não fiz questão de procurar pois estava exaurida. Quando já era um ser completamente contentado algo mudou. Aos poucos as cores foram voltando e dando vida a tudo que estava a minha volta. Bastaram alguns dias para começar a enxergar o mundo como nunca havia enxergado antes; apesar de conhecer as cores e suas belezas, essas voltaram a minha vida com uma intensidade que desconhecia. O canto dos pássaros era suave e agudo, os dois na medida exata. As pessoas? ah, elas estavam mais belas, seus sorrisos estavam nitidamente maiores e seus olhos brilhavam como se todas estivessem pela primeira vez amando. O céu jamais havia ficado tão belo, tão azul. Sua beleza encantava os olhos de cada pessoa que o olhasse e estar a céu aberto era o admirar. As belas canções faziam sentido. E os romances? ah, eles não eram mais uma bobagem. Ainda assim tive medo, medo de me arriscar. Arriscar-se é perigoso. Me ouvi negando, dizendo, repetindo inúmeras vezes: não. Estava em um lindo penhasco de paraquedas; desejava, precisava pular. Era meu sonho e estava recuando. Recuei algumas vezes, fechei os olhos e quando olhei novamente tive certeza: era tudo que queria. Finalmente pulei e foi a melhor decisão que tomei. Por pouco não desisti, por pouco o passado não me fez seu refém. Mas eu disse sim: disse sim à vida, a mim mesma. Deixei de lado o medo, a insegurança e hoje sei que é melhor se atirar e amar. É melhor viver em um mundo colorido e suspirar ao sonhar acordada do que não ter com o que sonhar. Arrisque-se, surpreenda-se; se permita viver e ame. Ame com todo seu coração, apenas ame.

Mariana Araujo (14/04/2010)

terça-feira, 13 de abril de 2010

Dedico a você as canções mais belas, os textos mais românticos, os lugares mais interessantes. A você dedico o meu melhor, pois após te conhecer pude me conhecer melhor. A ti ofereço meu futuro e lhe garanto que ao meu lado serás feliz. Ofereço meus sorrisos mais sinceros, os abraços mais apertados, meus eternos beijos apaixonados. Então lhe peço: permaneça onde está. Fique comigo. Pois eu não posso, simplesmente não posso longe de ti viver. Você conquistou cada parte de mim e quando percebi já pertencia inteiramente a você; já era dependente da sua presença, do seu abraço, do seu amor. Fique, permaneça aqui. Farei de nosso amor o mais belo; prometo que o tempo não mudará nada. Continuaremos dando boas gargalhadas em nossas longas conversas, continuaremos passeando tardes e mais tardes de mãos dadas, com sorrisos imensos. Já posso ver o Mundo nos olhando enquanto nossos olhares se cruzam iluminando cidades inteiras. Eu lhe peço: apenas continue me fazendo a mais feliz. Não, nunca desejei nada com tanta intensidade. Talvez a palavra precisar seja ainda mais correta. Pois então: nunca precisei de nada com tanta intensidade. Por isso continue me fazendo sonhar. É sublime poder acordada sonhar e viver momentos incríveis ao seu lado. Não se esqueça das inúmeras vezes que o tempo parou apenas para nós, dos abraços que poderiam ter durado uma eternidade, das nossas mãos entrelaçadas e de toda magia que há quando estamos juntos. Guarde com você cada palavra que pronunciei e jamais ouse esquecer dos nossos bons momentos. Acredite: o tempo só nos tornará ainda mais amigos, mais apaixonados. Ele apenas nos confirmará que nascemos um para o outro. Nada poderá esfriar esse amor. Por isso não me deixe. Sua ausência me custaria longas noites de insônia, lágrimas sem fim; os dias seriam longos e tediosos, sem cores e sem paixão. E para mim é tão ruim quanto não mais viver. Por isso: Dê-me vida, permaneça aqui.

Mariana Araujo (12/04/2010)

sábado, 10 de abril de 2010

Não sei para que vim, por qual motivo estou aqui, nem se há algum motivo. Não sei por que passei pela vida das pessoas que passei ou se consegui ao menos faze-las por alguns segundos feliz. Eu não sei. Não sei se lembram de mim com frequencia ou se sou indiferente. Talvez não queiram ouvir falar meu nome. Mas eu simplesmente não sei, nem sei se quero saber. Quantas vidas eu mudei (se mudei alguma)? Ah, eu não sei. Quantos sorrisos sinceros consegui faze-las abrir? Quantas lágrimas derramaram-se por mim? Não sei quantas ainda lembram de mim, quais delas sorriem ao lembrar dos nossos momentos. Não sei se contribui para suas vidas. Não sei se nossas conversas permanecem em suas memórias. Não sei se meus abraços as confortaram em algum momento, se demonstrei o que senti ou se as fiz sentirem-se incríveis. Não sei se mostrei sinceridade no que disse, não sei se algum dia sem querer as magoei. Não lembro se disse tudo que quis. Não sei, não sei. Não sei o quão importante fui para a vida dessas pessoas, nem mesmo se o fui. Não sei quais levaram consigo meu melhor e quais levaram meu pior. Não sei se me achavam sonsa ou inocente, se sentiram falta quando por alguma razão nossas vidas se separaram. Não sei se em sua alma ainda há uma parte de mim. Não sei se leram os livros que recomendei, se seguiram os conselhos que ofereci ou se simplesmente ignoraram cada palavra que pronunciei. Não sei se veem os filme que vimos juntos para recordar o momento, ou se sabem que os viu mas não lembram com quem. Não sei se guardam nossas fotografias, se continuam a brincar das brincadeiras que inventamos. Não sei se realmente compreendiam minhas limitações. Não sei se ainda vão aos lugares que íamos... ah, tão pouco sei. Não sei se ao falar algo que eu julgava engraçado, riram para me deixar feliz ou se realmente riram. Não sei se lembram das vezes que liguei para saber como estavam ou se preferem lembrar das vezes que esqueci de ligar. Não sei se me achavam limitada para entender certos assuntos, se enquanto eu adorava nossas conversas elas queriam fugir e nunca mais voltar a me ver. Não sei se preferem lembrar da minha parte estúpida ou se lembram das minhas palavras de carinho. Não sei se admiraram quem eu era ou se admiram quem sou. Se me achavam sincera ou forçada quando tirava meus domingos para visitar orfanatos. Se me achavam sonhadora demais quando dizia querer mudar o Mundo ou se me achavam hipócrita. Não sei se me achavam encantadora ou monótona. Não... eu não sei. Não sei se ainda nos encontraremos, como seria nosso reencontro, como reagiriamos. Não sei se alguma delas tem essa pretensão. Não sei se algumas lembram da nossa história como uma das melhores partes de suas vidas ou se outras querem apenas esquecer (ou até mesmo já o fizeram). Alguém ainda que longe me sente por perto? Não sei.

Mariana Araujo (10/04/2010)